segunda-feira, novembro 19, 2007

Família Squat


O novo centro comercial da cidade (Porto Gran Plaza) parece ter sido, de um dia para outro, colocado na baixa sem que ninguém o notasse. A não ser, claro, os moradores que ali ao lado que viram a sua tranquilidade afectada.

Um dos acessos ao centro comercial, a oeste, faz-se através da rua de sta. catarina, ou ainda por uma pequena viela que atravessa o quarteirão, da rua firmeza à rua fernandes tomás. Essa viela revela-nos vestígios do que outrora parece ter sido uma "ilha", bem na baixa da cidade.

Não foram no entanto somente os moradores desta viela, os únicos a sofrer as consequências de tal empreendimento, tão vital nesta altura da época. "Havia" em Sta. Catarina, ainda na zona comercial da rua (esta demarca-se bem, pelo chão encalcetado que chega até ao cruzamento da Rua Guedes de Azevedo) um dos poucos prédios habitados, um prédio inteiro sem parte comercial no rés-do-chão. E ainda mais raro o facto de ser um dos muito poucos prédios ocupados da cidade. Esta família squat (entre 3-5 membros) foi despejada, oportunamente, a dias da inauguração do Gran Plaza.

Depois do despejo e da blindagem da porta, procedeu-se ainda à cobertura total de um outro prédio, este abandonado, com dois toldos gigantes que alegremente anunciam as lojas do novo centro comercial, que assim assume a culpa para quem a quiser ouvir, por uma família desalojada ou uma rua sem podridão à vista.

6 comentários:

Anónimo disse...

Está na altura de procuramos quais as intençoes da política urbanística do Porto. Ao anotar, pesquisar e analisar prepotências como estas poderiamos organizar, no mínimo, uma defesa dos locais mágicos desta cidade.

Anónimo disse...

Oh crescenet! Tamos aqui a falar de coisas importantes e vens falar de dinheiro! Achantra ai mas é.

Anónimo disse...

o crescenet deve estar a pensar em abrir um estabelecimento num destes predios.eu por mim, era agarra-lo em quanto é tempo e mostrar lhe das boas.

Anónimo disse...

A politica portuense defende a perda da identidade individual. Não está preocupada no não votador(quem é que quer saber dos ocupas), mas antes no Oportodisney, com carros de velocidade, aviões, concertos, corridas...e agora até já temos uma roda gigante e micro-climas natalicios...
O que interessa são os estrangeirismos...não a gota de água que cai cada dez minutos na testa da Dona Ana das Fontainhas porque os rendimentos nao chegam para comprar telhas novas.

Anónimo disse...

Essa viela que ligava Firmeza com Fernandes Tomás, conheci há 15 anos...era um local de passagem para poucas pessoas; Eu passava lá com 3 amigos(quando tinha 12 anos e estudava perto do marquês), cortavamos caminho; tinha um edifício abandonado lindíssimo, onde é o "Grande Merdas" agora, que passou a ser um parque de estacionamento até bem pouco tempo. Ao fundo da rua(nas traseiras da capela das almas) era um cheiro a mijo, cheio de gatos e sacos de comidas; um dos 3 estarolas batizou a viela de "cantinho do gatomija"...no fundo deste cenário todo ouvia-se o acordeão, do cego que estava à porta da capela.
Era uma viela bastante mágica.
Desculpem o post nostálgico :P

e para o rucanor o trabalho de um tipo que está a léguas...http://a5gallery.com/alexanderhassenpflug.htm

Anónimo disse...

"já não mando em mim, já não sou eu. esta intervenção legal firmada com testemunhas, matou a antiga irreverente que era tua sem cerimonia. AGORA PERTENÇO-LHES. tudo acabou.
à liberdade do pensamento deixemos o que pudermos e o que ainda sobreviver no fundo das nossas almas. quanto ao mais já não é nosso.
o PRECONCEITO é a força que a mentira organizada impõe à face das leis. Vê lá que horas tens", se calhar está na hora de o usar contra eles.