Bairros, quarteirões, ruas, praças, mercados e pontes, tudo isso muda de aspecto e localização de um dia para o outro, como se o sítio andasse em permanente e ambulante carnaval. Residências caras e confortáveis que circundam uma praça (acessível apenas por um portão cuja a chave é entregue a cada morador) podem muito bem mudar de lugar quando se vai a entrar. E até transformarem-se num perigosíssimo gueto. Mapas não faltam, só que já estão desactualizados quando acabam de ser impressos.
...recomendo o seguinte método, sempre que se precisar de orientação para se encontrar o Bairro de Pária: a pessoa interessada deve colocar-se numa cena do seu passado pessoal, de preferência uma cena que já não exista. Os prédios foram demolidos, o traçado das ruas alterado. O que dantes era um terreno devoluto, onde até se podiam encontrar cobras sobre as placas de ferro ferrugento, é agora um parque de estacionamento ou bloco de apartamentos. Não é necessário, nem fundamental, começar-se por um cenário já inexistente. As regras não são rígidas, apenas bastam indicações de ordem geral sobre a área. E dever-se-á escolher um local ao calhas? Alguns dão melhores resultados que outros. Através de certos sinais sabe-se sempre se o lugar que se escolheu é eficaz para o que se pretende ou não. Agora levanta-te e vai-te embora.
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